Nas caminhadas, os idosos acabam formando grupos, encontrando amigos, fazendo novas amizades, tem um encontro com a natureza (P.2). De acordo com os grupos de pesquisa que investigam a participação dos idosos nos EAUPs, o acesso gratuito, irrestrito e universal, somado à possibilidade da participação de pessoas de diferentes condições sociais, faixas etárias e origens étnicas, permite maior possibilidade de trocas afetivas, sociais e culturais para todos os usuários. Para os especialistas, essas características dos EAUPs permitem aos idosos interagir com outras pessoas, encontrar amigos, ver e serem vistos, conversar e realizar atividades em grupo, sendo as duas últimas as mais citadas. A seguir, alguns trechos das entrevistas ilustram as respostas referentes aos motivos pelos quais os idosos frequentam as praças da cidade. De acordo com a literatura na área de envelhecimento humano, os laços sociais estimulam e reforçam o senso do significado da vida e em muitos casos é o que motiva as pessoas a saírem de suas casas e reunirem-se para realizar atividades. Por outro lado, isolamento e baixos níveis de engajamento social na velhice estão correlacionados com o declínio da saúde física, mental e a um alto risco de mortalidade (Pillai & Verghese, 2009; Saczynski et al., 2006).
Os espaços livres públicos da cidade moderna, necessitavam de áreas para lazer e mudanças no programa de atividades, não comportando mais os padrões urbanísticos ecléticos. Quanto as praças e espaços públicos eram bem desenhados e utilizados, desempenhavam um papel crucial no desenvolvimento da sociedade e no êxito de áreas urbanas. Um bom projeto não apenas determina a harmonia no setor, mas também transforma estes lugares em focos da vida social e cívica de uma cidade. Espaços públicos urbanos têm potencial para transformar a vida dos bairros e das cidades e por isso precisam estar abertos às mudanças sociais, culturais e tecnológicas que ocorrem na sociedade. Da horta urbana ao espaço pet, dos jardins de chuva aos pavilhões de arte, a vida nas cidades contemporâneas criou novas demandas e novas formas de usar e se apropriar dos espaços públicos.
Os idosos se sentem muito isolados, alguns dentro da própria família, mesmo dando atenção a eles. Nesses espaços ocorre também a integração de pessoas de diversos grupos socioeconômicos, de outras idades porque o espaço é aberto e isso favorece a socialização... Como esses espaços geralmente são públicos e abertos à presença de qualquer pessoa, o idoso pode ter um contato intergeracional.
Praças no Brasil
Junia explica que o estudo teve como objetivo central investigar a trajetória da praça brasileira, que considera importante elemento compositivo urbano, a partir da noção de espaço de uso coletivo. A situação deste espaço livre também é parecida com a Praça Eliane do Hanazaki Paisagismo. Esse jardim serviu como entrada para a Casa Cor SP, em um antigo prédio ambulatorial do Jockey Club da cidade, que foi transformado em um local de eventos. O jardim interativo e contemplativo, destinado a estimular os sentidos quando alguém entra no espaço, recebe o visitante por um “túnel” pergolado que leva ao jardim, que tem vasta vegetação e um espelho d’água interativo.
4 Praças Públicas
As praças podem ser utilizadas de diversas formas, tanto para realização de atividades culturais, manifestações artísticas e políticas, comércio, descanso, lazer e recreação, entre outros. Elas se caracterizam como um importante espaço de reunião e ponto de encontro na cidade, sendo sua maior função a de caráter social. O arquiteto, urbanista e paisagista possui o desafio de trabalhar com praças e seu entorno, a fim de proporcionar melhorias nesse espaço público, de modo a influenciar positivamente a qualidade de vida e a relação dos projeto pronto usuários com a cidade. Esse artigo aborda alguns conceitos que fornecem importantes diretrizes para projetos referentes ao espaço livre público, focando nas praças. São apresentados estudos realizados por profissionais da área, como Jan Gehl, William Whyte e Jane Jacobs, que ao longo dos anos trazem importantes contribuições para a área do planejamento urbano. É retratado também um estudo de caso da revitalização do Largo São Francisco, no centro de São Paulo, através de um projeto-piloto que aplicou tais ideias na sua realização.
Pesquisas e Práticas Psicossociais
Os vestígios arqueológicos foram integrados ao tecido vivo da praça, fugindo da armadilha de fazer um "museu ao ar livre". Isto foi conquistado através da reconstrução cuidadosa dos achados arqueológicos abaixo do nível do solo da praça e também fazendo uma "interface de vidro" entre os achados romanos e medievais abaixo e a praça contemporânea acima. A seguir apresentamos algumas questões do porquê, segundo a metodologia PPS, esses espaços não funcionam. "O paisagismo é a única expressão artística em que participam os cinco sentidos do ser humano", afirma Benedito Abbud em seu livro Criando Paisagens – guia de Trabalho em Arquitetura paisagística. Enquanto a arquitetura lida, sobretudo com os sentidos da visão e tato, o paisagismo envolve também o olfato, a audição, o paladar, "o que proporciona uma rica vivência sensorial, ao somar as mais diversas e completas experiências perceptivas. Quanto mais um jardim consegue aguçar todos os sentidos, melhor cumpre seu papel." Direitos Autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista.
O participante P.4 comenta que, pelo fato de os familiares precisarem ir para o trabalho ou para os estudos, o idoso muitas vezes passa o dia só em casa e alguns desenvolvem sentimentos de solidão e isolamento. Por se constituírem de um espaço publico as praças podem funcionar como um local propicio para atividades educativas. Tanto para ações governamentais em campanhas contra as drogas, a favor de um transito mais seguro, contra epidemias, etc, quanto para escolas que desejam realizar o desenvolvimento de atividades extra-classe e de programas de educação ambiental. Uma praça jardim assume um sentido de contemplação do paisagismo em locais onde a circulação é priorizada, diferente de uma praça seca que assume a função de criar um local de encontro social com a presença de largos históricos. Ou seja, elas são capazes de criar essa diversificação da paisagem construída e participar do embelezamento da cidade.
O convívio social esteve presente em todos os momentos da história da praça brasileira e a vegetação marca presença desde a praça ajardinada até os dias atuais. Fica claro, neste breve estudo, o papel de relevância que a praça exerce no decorrer da evolução urbana do Brasil e a importância para a qualidade ambiental urbana e a qualidade de vida dos moradores das cidades brasileiras. De forma geral, os experts consultados indicaram conceber as praças como locais propícios para que os idosos possam usufruir do lazer ativo e passivo, compreensão que possui grande compatibilidade com os objetivos da perspectiva do envelhecimento ativo, mostrando estarem basicamente alinhados com a orientação institucional mais ampla.